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Universidade Federal do Ceará
Departamento de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente

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Justificativa do Nome do Departamento

A mudança do antigo nome de Departamento de “Saúde Materno-Infantil” (DSMI) –, expressão tradicional e consagrada também em várias outras instituições, teve como intuito a correção de algo que inconscientemente parece trazer em si uma redução implícita da saúde da mulher a apenas um dos aspectos da sua saúde, representado pela maternidade, e, por outro lado, da saúde da criança, que não está resumida ao período que se convencionou denominar de infância. A própria doutrina pediátrica inclui como seu campo de ação a atenção global à saúde do ser humano em desenvolvimento desde a concepção, passando pela infância, a fase escolar e a adolescência, até alcançar a maturação observada no adulto. Além disso, a hifenização do termo, se por um lado tem o mérito de reforçar a importância do vínculo mãe-filho, por outro lado, parece de certa forma simplificar a complexidade e a variabilidade dos fenômenos relacionados com a saúde da mulher, da criança e do adolescente.

Ao que tudo indica, o termo outrora consagrado tem suas raízes no papel principal reservado à mulher nas sociedades pré-industriais, anteriores à sua inserção intensiva no mercado de trabalho formal, bem como ao aspecto epidemiológico de um passado relativamente recente relacionado com as elevadas taxas de mortalidade materno-infantil, que sofreram redução significativa num curto espaço de tempo, tanto nos países desenvolvidos, como nos países em vias de desenvolvimento. Como consequência, as sociedades modernas possibilitaram uma maior autonomia, independência e valorização de mulher, inclusive em várias outras demandas da sua saúde individual e coletiva. Já em relação à criança, superadas as altas taxas de mortalidade infantil, tornou-se crescente a busca por uma maior qualidade e complexidade na atenção à sua saúde. Além disso, o volume de conhecimento científico sobre a saúde da mulher e da criança se ampliou exponencialmente, não parecendo adequado manter a adoção de uma terminologia que, ao contrário, sugere uma redução de área de atuação. Sendo assim, parece importante tornar explícita a adequação do nome do departamento às exigências que a sociedade, a cultura, o comportamento, a epidemiologia e o desenvolvimento científico trouxeram para a reflexão e a produção de conhecimento original relacionadas com a saúde da mulher, da criança e do adolescente no mundo contemporâneo.

Essa breve reflexão nos animou a efetuar alteração do nome do nosso departamento para “Departamento de Saúde da Mulher e da Criança (DSMCA) da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC).

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